terça-feira, 7 de setembro de 2010

it's complicated

dia de merda

pré
sexta-feira passada comprei umas sabrinas lind.. não. originais e com um piercing e é só, na Zillian. o resto das palavras foram retiradas! necessito de me apaixonar, talvez, por elas novamente (nessa altura talvez tirarei foto, se elas merecerem). estou magoada, no verdadeiro sentido da palavra, mas sei que elas são só a parte física da verdade.

fase 1
no meu dia a dia tenho de andar até ao comboio, apanhar o comboio e andar mais um bocadinho do que antes, até ao trabalho. ainda não tinha chegado ao comboio e já tinha as unhas cravadas nas palmas das mãos de tantas dores! eu, parva, tenho-me esquecido através das últimas compras, o quanto sou pés de princesa!!! sentia já .. nem sei explicar, a pele tinha sido bolha muito antes de metade do caminho! tinha tantas, tantas dores que sentia que o sapato devia já ter ultrapassado as várias camadas de pele e carne, e já se encontrando a trinchar o osso. esforcei-me para dar passadas estupidamente grandes, para que pudesse dar menos passos. o sonho era chegar ao wc da estação, respirar fundo, pôr um penso rápido e seguir viagem. cheguei ao meu destino com lágrimas nos olhos, entrei no wc, desviei as calças e o sapato, e em vez de uma ferida dita normal, vi sangue, embrulhado com pele, num formato muito maior do que um simples rápido! tudo isto se passou nos tornozelos (ambos). as lágrimas começaram a cair.
por sorte, ou por amor do Pai, o meu A saiu às 08.00 da manhã, e a essa hora estava bem acordado. pedi para me ir buscar à estação. o que seria de mim.... até estar novamente pronta (feridas desinfectadas e bem ardidas com betadine, calçada, com uns ténis bem desportivos, brancos e confortáveis, calças de ganga largas, velhas, manchadas e esfoladas, altamente impróprias para o trabalho, mas extremamente confortáveis e com a potencialidade de taparem parcialmente os ténis), chorei como uma criança com o joelho esfolado! especialmente hoje, só queria um dia de paz.

fase 2
como é que se explica ao nosso chefe homem o problema que uns sapatos novos nos podem causar? assim ao ponto de irmos para casa novamente e chegarmos ao trabalho uma hora depois? "mas caíste?" "não".. sou pela verdade! sou mesmo. mas sentir que aquele moço, não por ser nosso chefe, mas sim gajo, deve estar a rotular-nos de florzinha de Grey, não é fácil! reparei que a blusa linda que tinha vestido cedinho, à parte de não ficar bem com calças velhas, estava suja de sal com água.

fase 3
voltar, após um ano e meio, a fazer um trabalho que não se faz há um ano e meio, e que se considera que é voltar atrás. saber que quem o fazia agora diz demorar 4 dias, quando na realidade faz-se em dois bem esticadinhos (razões simples - zelo e profissionalismo); conseguir fazer 80% deste trabalho desde as 12.10 até às 16.50, com cerca de 30 minutos para almoço, não dever escarrapachar na cara de ninguém esta realidade., e ainda ter o azar de descobrir um erro do departamento que nos envia a base desse trabalho. dor de cabeça. cheiro a chuva

fase 4
fazer o percurso inverso novamente, quando, devido às várias horas, os pensos já saíram do local de conforto

fase 5
pessoas de quem gosto, e outras de quem gosto muito, mas que me cansam o coração.

fase 6
voltar. ainda estava bem longe da entrada e, no jardim, mesmo com o quente dos carros, sentir o cheiro típico. reparo que acho que nunca me importei, mas que hoje descobri que já não gosto de hospitais. o silêncio. inoportuno, eterno e aparentemente tão forçado, que derrepente apenas me apercebo que as barreiras caíram e o silêncio transformou-se, de constrangedor, a confortante e caloroso. a dor. a espera. a incapacidade de ajudar. as mãos. a respiração, o receio de ficar sozinha, de deixar sozinha. de não conseguir apoiar. apertar os lábios porque a qualquer momento pode sair um disparo típico de quando estou em stress e não sei o que dizer.

fase 7
passar no lidl, comprar um salame só para mim, discutir, cheirar a chuva novamente, comer o salame só para mim (quase todo), esquecer-me que não temos almoço para amanhã. abraçar, ir fazer comida às 22.00, abraçar-te, estar tão ciente que não dormir não ajudou no meu dia anterior, querer adormecer às 20.00 e no entanto ainda estou aqui.

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