quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

wrap up

gosto de embrulhos.

contêm o sonho muitas vezes desconhecido, escondido. fazem parte do que estou a oferecer.

estraga-me algo cá dentro quando se desembrulha à pressa, a parecer que não se olhou para o exterior, não se parou dois segundos a perceber que aquilo também foi pensado. não me chateia que se rasgue e deite fora o papel, apenas que não se dê atenção.

adoro fazer embrulhos que, mesmo imperfeitos, infantis, what ever, demonstrem o carinho que ali coloquei. e ainda adoro quando estou sem imaginação e ela aparece de surpresa.

hoje depois dos miúdos deitados e marido a ir trabalhar, levei umas quantas coisas para a sala e comecei. não sabia o que fazer de diferente, apenas sabia que estava quase sem tempo e não sabia onde e como escrever o nome do destinatário.

então pensei em fazer árvores de natal em washi tape, e quando olhei para o papel a usar para as prendas dos miúdos, tudo fez sentido: washi tape colorido a fazer de cachecóis :)

domingo, 11 de dezembro de 2016

calendário do advento: dia 10

fazer bolachas com os primos.

mas antes foi mais uma manhã maluca, em que faço com eles as coisas que têm de ser feitas, e às vezes arrependo-me porque não consigo descobrir forma de fazer melhor. o carro que não me deixa descansada, o dinheiro que só sai, ambos super irrequietos numa ourivesaria cheia de vidros super limpos e invisíveis, cansados quando preciso (já) trocar uma prenda que ainda nem ofereci. tantas birras por quem pede pelo meu tempo, tantos malabarismos com quem se acha na idade de que pode tudo. chegar esgotada e ter de acordar ambos para subirmos para casa, não por estar carregada mas porque não é justo para ela eu levar o mano ao colo que já sobe tão bem as escadas. e ainda o meio dia está longe e o meu cansaço e controlfreack a descontrolarem-se e a saírem em forma de grito com quem não tem culpa. o almoço inicia e o pai acorda, quando o apanho sozinho caio nos seus braços e desmancho-me como há tanto não acontecia, mas mesmo assim é só a ponta do iceberg. um único pensamento: não foi isto que desejei quando sonhei ser mãe!!

foi o suficiente para apanhar ar para respirar fundo e prosseguir. sorrir, agradecer.

e os primos vieram cá, chegaram já estavam quase os scones a ir para o forno (deviam ter sido o dobro mas não pensei que o nosso lanche fosse movendo-se até quase à hora da ceia). depois veio a massa das bolachas, de gengibre e canela, bem escuras até porque a farinha era também escura. ver todos sorrir, poder brincar, poder falar desabafar, partilhar os nossos filhos com os tios e primos, e sentir mesmo que todos os fazemos. adoro quando o meu irmão chama o S para brincar porque me vê esgotada, adoro como a D adora estar com os primos mais velhos, adoro como o meu irmão pega no S para fazer bolachas ou o que seja, adoro como o miúdo venera o tio e lembro-me como o meu irmão achava, no seu primeiro ano, que o miúdo não gostava dele.. adoro como partilho tanto com a minha cunhada.

[um mata post: aquele post que tem vários temas sem ter nada]

vê-los felizes, atender o telefone do meu irmão quando a minha mãe liga e conseguir engana-la. saber que uma das memórias mais antigas do meu irmão é de nós dois a brincarmos na marquise da minha mãe e eu mandar um chinelo pela janela. ficar a saber que há uma escola domiciliar muito perto de mim e fazer-me algum sentido.

e tê-los a agradecer-me por este dia com os primos.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

dezembro

 Carla Nazareth ilustrações

terça-feira, 1 de novembro de 2016

novembro

Carla Nazareth ilustrações

sábado, 1 de outubro de 2016

outubro

Carla Nazareth ilustrações

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

idades no trabalho

quando a crise se fez mais ver, uma das coisas que me chamou mais à atenção, foi pessoas de mais idade em trabalhos considerados mais de miúdos. comecei por reparar no McDonald's, depois trabalho em part time em caixas de supermercado, etc.

no meu trabalho já há vários anos que faço a ponte entre a minha empresa e um dos nossos prestadores de serviços, uma empresa que vende "cenas" nossas através de Telemarketing. sempre tentamos mantermo-nos presentes, ir lá visitá-los ou dar ações de formação, mas ultimamente devido a novos projetos com eles, tenho ido lá mais vezes.

a semana passada fui lá e estava um senhor a fazer chamadas para nós que devia ter cinquentas.. hoje foi mais uma formação, e uma senhora que desconfio ter idade próxima da minha mãe.

na realidade eu não sei a vida daquelas pessoas em específico, não sei se sempre viveram o dia a dia sem pensar no futuro, não sei se trabalharam numa grande empresa que roiu.. mas ver aquelas pessoas faz-me pensar, faz-me lembrar o agradecimento e a humildade.

domingo, 25 de setembro de 2016

querer, poder, ser.

lembro-me, desde sempre, querer ser mãe. pôr uma cadeira em frente a um espelho alto, pôr-me em cima da cadeira, esconder uma almofada na minha barriga e ficar a olhar e sonhar. vieram as descobertas da vida e algures esse querer desvaneceu-se.

depois veio o A e a certeza do amor, e depois uma maior certeza do querer que já existia: ser mãe.

deparo-me hoje, em vários momentos da vida, com o pensamento do: será que pensamos bem?

sei que quis muito ser mãe, e por ter descoberto problemas nos ovários ainda quis mais ser mãe. questionamo-nos, ambos, se o poderíamos ser, a nível de dinheiro, de logística, de paciência, etc. agora, não deveríamos ir a algum sítio fazer uns psicotécnicos, que nos dissessem se ser mãe e pai somos nós? vamos ou não ter capacidade, discernimento, tudo o que acreditamos ser imprescindível vamos colocá-lo ao nível intemporal e congruente?

desejar oferecer o base aos meus filhos e constantemente estar a questionar se estou, minimamente a passar-lhes isso.

sei ser mãe?

sábado, 24 de setembro de 2016

hoje sonhei (e acabei de me lembrar)

que estava grávida.

fui logo falar com a minha chefe, estava muito triste e... seca, não saia qualquer lágrima e eu própria não sabia porquê.

tanto em sonhos como na vida real, neste momento sei: não quero estar grávida.

e acabar de me lembrar disto é, novamente, sufocante..

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

sou princesa

a ideia que pessoas diferentes têm das princesas é ou pode ser muito diferente entre si.

sou uma princesa dos pés. não que os meus pés sejam lindos e pequenos (felizmente também não são gigantes), mas porque qualquer coisa aleija. seja uma mini concha, uma pedrinha no calçado, o calcanhar que é tão seco que dói, a areia mais quente, uns ténis super almofadados que nos primeiros tempos fazem feridas, daquelas que obrigam ao uso de pensos e de sapatos velhos nos dias seguintes.

sou uma princesa da pele. não que tenha uma pele cristalina e aveludada, antes pelo contrário. tudo me faz alergia e borbulhas e reações e vermelhidão. tenho pele super sensível e delicada.

sou uma princesa da cama (nada porno por aqui). tal e qual a Princesa Ervilha, que com uma micro migalha ou impureza com relevo não consigo dormir.

sou uma princesa das calças. eu que sempre adorei calças largas, com a moda atual tenho mais calças largas que alguma vez tive. calças largas obrigam a certos cuidados que uma trapalhona desastrada como eu deve ter - nunca correr, nunca descer degraus à pressa, nunca andar rápido quando está muito vento porque o tecido duma perna vai para o lado da outra perna e aumenta o perigo de queda (mais uma vez).

MAS quando subo degraus com calças largas, quando tenho de puxar as calças para cima como se fosse um super vestido com saiote, quando as levanto ligeiramente e subo a correr para apanhar o comboio como se estivesse a saltitar entre os lagos do meu palacete, aí sim sou uma princesa!

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

dia de festa

acordei cedo, tratei do bolo, não correu como visualizei, repensei o bolo e a miúda adorou. fomos para a festa número um, só para criançada. cheguei lá já frustrada mas feliz por ver a felicidade da D, e eu também a conseguir aproveitar o momento. no fim, quando os pais os foram buscar e os miúdos apresentaram o que aprenderam, a felicidade da D era enorme, apesar de ver nela alguma "envergonhadez", não desistiu do que nos queria mostrar. tirei uns segundos para olhar para os outros pais, o que vi disse-me que valeu a pena!

por essa altura a dor de cabeça já era bem sentida, o stress, o querer fazer bem, o atrasarmo-nos..

o A foi buscar frangos e eu levei quinze pessoas da família, em excursão, até à festa numero dois, em minha casa. estava a tentar manter-me calma mesmo sabendo que estava tudo para preparar, que o A tinha estado a trabalhar durante a noite e ainda sem dormir. acabou por correr mesmo muito bem, com relativa paz quando temos dezanove pessoas em casa, quase metade crianças. depois do trabalho chegou ainda a minha irmã. vi todos felizes, apesar de ter tido, depois, de os mandar embora, achei que correu bem para todos. demos a nossa prenda à miúda, ela adorou. o A foi deitar-se, a D não queria largar a prenda o S não queria deixar de tentar mexer na prenda da D.. lá consegui que se deitassem para a cesta e eu com eles. acordei pouco depois, arrumei algumas coisas, eles acordaram e brincaram mais, dei reforço medicamental à minha enxaqueca, o A acordou, dei-lhes banho e comida, despedimo-nos, o A foi trabalhar, fui deitá-los, adormeci um pouco entretanto.. fui despachar-me e enquanto lavava os dentes, apesar de toda a alegria que a D demonstrou o dia todo, eu naquele momento senti pena de mim! e pensei: enquanto eles não me deixarem dormir, tenho de parar com estas m####s e só fazer coisas pequenas! o cansaço falava muito alto. peguei no telemóvel e para ir deitar-me e li: os teus sobrinhos comentaram "a tia faz festas muita fixes!"

e.. para o ano haverá mais. aliás, daqui a dez meses no terceiro aniversário (....... não é terceiro, é só o próximo) do S :)

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

setembro

 Carla Nazareth ilustrações

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

complementares

gosto de brincos diferentes entre si mas que são um par. em cada orelha fica algo diferente, mas na junção, complementam-se. pode ser... uma lua e um sol, a Minnie e o Mickey, o 'good' e o 'morning', ou até o mesmo desenho mas um mais pequeno que o outro.

nesse sentido, criei uma linha de sapatos também complementares - um pertence ao outro, mas diferentes - why not?

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

fim de tarde

"vou só deitar-me no sofá um bocadinho"

foi o que disse hoje ao chegar a casa. dizer isto antes do banho e preparar roupas e coisas para amanhã... Significa que o cansaço já está novamente num farrapo.

o pai pôs-se a brincar com a D, com direito a pinos e cambalhotas. começa outro ataque de tosse, atrapalha-se e o lanche vai fora. coberta do sofá suja, chão sujo, pai a refilar com a miúda. levanto-me e sai um: eu só pedi para estar no sofá um bocadinho, e não é a menina que tem de gerir se as brincadeiras são ou não demais para a tosse, és tu o adulto!

noutros dias, o A teria aberto a boca e tinha corrido muito mal, hoje, saiu-lhe um "pois" e nem ar refilão fez - colhemos (tem dias) o que temos semeado duma comunicação mais transparente e do esforço de respeitarmos e confiarmos totalmente no outro enquanto mãe/ pai. hoje saiu-me mal, mas os momentos bons fazem com que ele tenha maior capacidade para perceber e ajudar-me quando não estou nos meus dias.

levei a D para a casa de banho, levei a coberta para a máquina, o A limpou o chão, eu voltei a deitar-me e ele seguiu para ver o que a miúda precisava.

o S entretanto estava com o seu novo jogo: pega numa raquete de ping pong de plástico mais num brinquedo qualquer que não seja bola (tem muito mais graça assim), manda o brinquedo ao ar e acerta-lhe com a raquete. vi que um mini brinquedo passou por cima de mim, ignorei mas... MAS.. senti uma gota na perna! podia ser alguém que, ao tentar falar alto se tivesse cuspido para cima de mim (naquele momento ninguém estava a falar perto de mim), podia ser uma inundação do andar de cima (apesar de ser a sala e ir trazer mais problemas se assim fosse), pensei que fosse psicológico e o melhor era mesmo esquecer.

até que o S grita:
mamã, muto xixi no chão!

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

frutaria

sítios destes, quase à porta do trabalho. ainda tenho de perguntar se, de vez em quando, tem ervas aromáticas a custo zero, como tinha o sr Vítor do Sommer de Almada.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

mais dormidas (ou como os miúdos que não dormiam, começam a dormir mais um bocadinho)

o cansaço apoderou-se de mim.. como por vezes (nos poucos posts que tenho escrito) tenho falado!


por muito que às vezes tente brincar com o assunto, é sério. mas não o quero colocar tão sério assim, porque faz-me mal e porque sinto que estou sempre a falar do meu cansaço. mas o cansaço faz com que eu deixe de ser eu - não me sinto eu, não produzo normalmente no trabalho, não tenho paciência para nada, não demonstro o amor que quero por quem quero, não me sinto acordada, grito, dou palmadas (e isto é mesmo uma confissão de quem não aceita que a palmada seja solução para o que for, por minima que seja), não permito que me ajudem, não deixo que me amem, não me reconheço nos meus pensamentos, não sou uma boa companhia, não gosto da pessoa que olho ao espelho, não sou a mãe que acredito poder ser, não cuido de mim, não me reconheço, perco-me.


assustei-me, um dia, em que parada no sinal vermelho, pensei que poderia fechar os olhos um bocadinho - como quando estamos a ver um filme em casa, e pensamos que se perdermos um pouco do filme, não faz mal. ABRI logo muito os olhos, assustada. tinha os meus Bichos no carro, e mesmo que não estivessem, eles precisam de mim. NÃO.. não posso fechar os olhos um bocadinho!!


já tinha falado um pouco das noites cá de casa... um dia, ao trocar email com a Mia  , a falar dum texto que a Mia escreveu sobre cuidar de mim em primeiro lugar, partilhei que neste momento é para mim é uma séria dificuldade , devido ao extremo cansaço em que me encontro. a Mia respondeu-me e fiquei dias a repetir aquela resposta na minha cabeça:


"(...)  decide se queres realmente mudar algo ou se queres manter-te uma vítima das circunstâncias (...)"


o que está nas minhas mãos mudar? o que estou a fazer para me manter vítima? estou a fazer-me de vítima? o que não estou a conseguir ultrapassar para ter ideias para mudar?


a Mia, ainda me falou do primeiro livro da Constança Ferreira, que, na realidade, eu já conhecia alguns textos dela, alias, eu e o meu marido, sem qualquer combinação e isoladamente, já tinhamos lido vários artigos da Constança. percebi que comprar o livro não fazia sentido - o livro está mais virado a pais com bebés pequenos e na altura, o S estava lançado para os dois anos. li mais sobre o trabalho da Constança..


entretanto, o A estava cada vez mais em stress porcausa do meu cansaço. ao ponto de propôr, feito maluco, que a médica de família me passasse algum medicamento. felizmente que a dra teve o bom senso de o orientar!


percebi então que não estavamos a ter ideias de melhorar as noites. e algo que podia mudar seria começar a fazer algo para descobrir tais ideias. decidimos marcar consulta com a Constança.


ir ter com a Constança foi um momento tranquilo no meio do stress dos nossos muitos últimos meses. um respirar fundo por si só, mesmo antes de qualquer ação de nossa parte.


após a consulta criámos momentos para o final dos nossos dias:
. os Bichinhos fazem tudo juntos (ainda não fazíamos isto tudo) - banhoca juntos, tempo livre juntos, jantar juntos, adormecer juntos (no mesmo quarto);
. os Grandes têm uns minutinhos para si;
. a música e os sons têm importância ao longo dos momentos, desde o fim da tarde até irmos deitar;
. preparámos a cama do S (de grades), no quarto de ambos, em que trocámos a lateral da cama por uma daquelas barras pequenas. o S fica com espaço para sair e entrar livremente e assim, ter maior autonomia;
. as tarefas que repetimos todos os dias, por exemplo o banho, podem ser usados como momentos de conexão familiar;
. o momento de adormecer é feito com um dos pais no quarto.


em jeito de resumo, digo que os primeiros dias foram de aprendizagem. muitas coisas já estávamos preparados para que acontecessem, mas logo à partida, e mesmo com as dificuldades que surgiram, sentir uma luz ao fundo do túnel deu um grande alento.


coloquei umas super almofadas no chão, para eu ou o A nos sentarmos no momento deles irem dormir. inicialmente o S não queria ficar na cama. vinha para perto de mim e não fazia mal - eu deixava-o um pouco, mimos e incentivava-o a ir-se deitar. a D também queria vir para perto de mim, e eu, deixava-a. ele adormeceu muitas vezes comigo, nas almofadas, a D normalmente ficava um pouco e dizia que queria voltar para a cama dela. logo ao segundo dia o S já sabia que podia sair da cama, mas não da zona das almofadas (entre camas). com o tempo o S começou a ficar na cama dele, mesmo demorando a adormecer, fica lá relativamente sossegado. às vezes quer conversar, quer que eu dê um beijo de boa noite ao cãozito, quer beber leite e após beber, diz que o cão quer beber leite. eu digo para ele informar o cão que ele já bebeu todo o leite do dia, ele ri-se e assim faz. já sabe que, em todas as conversações, tem de ser baixinho por causa da mana. a D, inicialmente, demonstrou tristeza, doia-me o coração. perguntava porque é que eu ficava mais perto da cama do mano e não da dela, pedia para eu me aproximar, mas quando eu lhe estendia o braço ela não me queria dar a mão. tentei dar-lhe o apoio possível, explicando o essencial na altura, mas durante o dia, falava mais com ela, sobre o mano precisar mais de eu estar perto, para que ele não fizesse barulho ou saisse muito da cama.. ela começou a perceber, com muitos beijos à mistura a tentar que ela nunca se esqueça que o amor é enorme mesmo quando não a pego ao colo. ao contrário do meu receio de se rebeliar contra o deixar repentino de adormecer na nossa cama ou no sofa, parece que foi buscar aquilo que tinha aprendido nos primeiros meses de vida e passado os primeiros dias, passou a adormecer em menos de cinco minutos.


o exemplo da primeira noite: na minha cabeça, estávamos a trabalhar apenas no início da noite, quando o maior problema é eles não dormirem muitas horas seguidas e na própria cama. mas, logo na primeira noite (!!), o S começou a choramingar menos duma hora depois de adormecer (pareceu-me ter-se aleijado), mas calou-se sozinho, quando eram quase uma da manhã, pediu-me água, fui buscar e ele sempre sem sair da cama, bebeu, deitou-se sozinho e assim ficou (eu não conseguia acreditar). quase às quatro da manhã voltou a acordar e, como a Constança nos falou, "após a uma da manhã não se tentam coisas" - pu-lo na minha cama e adormeceu logo. para acabar bem a primeira experiência, a D caiu da cama às sete e tal da manhã, mas até lá esteve sempre a dormir na cama.
ainda na primeira noite... AH! que coisa boa chegar ao meu quarto e não ter cama pequenina aos pés da minha própria cama. que bom estar super cansada mas puder ler um livro sem me preocupar com a luz para uma mini pessoa, (eu sei que preciso desesperadamente de dormir, mas também preciso de muitas outras coisas), que bom ser, eu também, lembrada de ser pessoa. lembro-me, nos primeiros dias, de sentir o meu quarto muito grande.


com o passar dos dias, o tempo até adormecerem foi diminuindo, a hora a que o S pede leite foi aumentando. a D começou, logo ao quarto dia, a adormecer sem ser agarrada à minha orelha já depois do S adormecer. a D também começou a não acordar logo que o mano começava a chorar, habituou-se rapidamente à presença do mano.


vieram as férias e com elas o não haver música de adormecer (na semana  em que estivemos fora). ao voltarmos e retomarmos as rotinas, parece ter havido novamente uns dias do contra! achei normal. a grande dificuldade é que, quando damos dois passos à frente, custa muito mais o único passo que damos para trás.


descobrimos ainda que, se eu sou a única que acordo com o choro deles (seja porque o A não consegue acordar ou porque ele está a trabalhar durante a noite), e se não posso obrigá-los a não acordar, posso deitar-me mais cedo. posso, quando o horário do A deixa, chegar a casa e ir-me deitar antes do Bichinhos - se for às sete e meia da tarde, que seja! a minha noite, mesmo com vários intervalos, no total terá mais horas! temo-lo feito sempre que possível - isto também está nas minhas mãos e o meu cansaço, frustração, stress, a ideia "perfeita" que nos obrigamos a ser, não me estava a deixar ver que podia ser uma solução.


o cansaço extremo está, neste momento no "um pouco menos extremo". a minha história de não dormir uma noite seguida desde a gravidez da D, há mais de quarto anos, continua interrupta, no entanto, já houve vários dias em que dormi mais do que quatro horas seguidas!






(  brevemente os updates possíveis :)  )

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

agosto

Carla Nazareth ilustrações

domingo, 31 de julho de 2016

parentalidade

perder a cabeça, uma e outra vez. recordar que estou cansada, esgotada, porcausa das más noites, mas não porcausa deles. não conseguir, levantar-lhes a voz, irritar-me, desiludir-me. inaginar-me nos sapatos deles, e se eu confiasse totalmente em alguém que me grita constantemente? que me dá mais ordens do que brinca?

respirar, cá de dentro. esperar, falar com Deus, acalmar.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

cansaço

terceiro dia seguido em que o A deita os miúdos e eu deito-me antes das vinte e uma horas. mas custo a adormecer, muito calor e pensamentos que não fogem. já não sei se é do ainda cansaço acumulado de não dormir, ou do stress geral, ou dos últimos dias que passo no trabalho dentro de salas fechadas sem tempo para fazer o meu trabalho normal, ou até pela menstruação que não aparecia há mais de seis meses (culpa dos ovários poliquisticos)... a verdade é que estou de rastos.

terça-feira, 26 de julho de 2016

descanso

dois dias seguidos em que me deito antes das vinte e uma horas. dois dias seguidos em que fica o pai a deitar os Bichinhos, mesmo indo levantar-se às cinco da manhã.

quando todos percebemos as necessidades individuais, é mais fácil encontrarmos, juntos, soluções reais.

sábado, 23 de julho de 2016

campos de férias - o lado de quem os deixa

a D foi para um campo de férias esta semana. um campo que eu amo, o grupo dos mais pequenos é dos quatro aos sete anos. faltam dois meses para a D fazer quatro anos.

conheço o campo de férias desde que me lembro. fui pela primeira vez quando tinha três anos, faltavam quatro meses para fazer quatro anos. fui lá campista e posteriormente monitora. amo aquele trabalho e aquele local. diz-me muito, apela a muitas memórias.

quando comecei a ser monitora, desejei que aquele fosse também o campo de férias dos meus filhos, logo desde pequenos, não era preciso chegar aos quatro anos.

mas depois de se ser mãe há coisas que mudam, e só me apercebi ao começar este ano - este seria o ano para a D começar, segundo os meus antigos pensamentos, mas achei que não era capaz de a deixar já. pensei ir lá no dia de visitas, para a D ter a sua primeira interação com o local.

vai daí, uma das minhas melhores amigas convidou-a porque ia ser lá diretora, exatamente nesse campo. no minuto que recebi o convite, soube que a ia deixar, mas haviam muitos sentimentos contraditórios, muitos se's. nessa noite, chorei. um aperto enorme estava no meu coração, o sentimento que sempre tive, antes de engravidar, de que tinha de lhe dar asas. dar asas não é apenas dar-lhe cultura e momentos de diversão, é ensinar-lhe, dar-lhe ferramentas, e mostrar-lhe que está bem mesmo quando nós não estamos perto. mas no processo, a minha dor é angustiante, não poder estar lá sempre, não a poder proteger, ter de dá-la ao mundo.

a primeira e principal razão para a deixarmos ir foi acreditarmos que ela era capaz de lá estar uma semana, "capaz" não no sentido de esforço, mas no sentido de ir gostar e aproveitar aquilo que tinham para lhe ensinar, as brincadeiras, cada momento - sabíamos que era crescida o suficiente. decidimos pôr o coração ao largo e fazer a inscrição.

depois foi tentar não sentir muito, e tentar ir dando-lhe informação prática para momentos que ela tivesse alguma necessidade, e teórica de como costumam ser os campos, do que iria lá fazer e do que de certeza iria gostar.. nunca lhe perguntámos se ela queria ir, da mesma forma como nunca lhe perguntei se ela queria ir para a escola. mas motivámo-la altamente para aquela semana.

deixámo-la em lágrimas e graças a Deus que já temos o S para nos distrair.

o primeiro telefonema foi um alívio enorme depois de pouca conversa ouvimos "mamã, estou com fome e estou cansada de estar em pé, falamos depois".

aliviei, tentei esquecer. ao segundo dia senti-me a respirar de novo. recebi um telefonema em que ela não parava de chorar, queria-me. disse que não queria telefonar-me, mas que me queria. é rija a miúda e isso muitas vezes preocupa-me mais - não me contar o que a chateia, não querer que eu a oiça quando está a chorar. depois de mais umas horas de sufoco, ela acalmou e nós também. eu sabia que ela estava cansada, sabia que naquele dia adormeceu na sesta e acordaram-na pouco depois e que esse era o principal motivo para o pranto, mas naquele momento só quis correr até ela e ir buscá-la. não a iria deixar lá se ela estivesse infeliz, mas sinceramente não me parecia que ela estivesse.
no dia seguinte o aperto existia - felizmente a minha amiga deu-me informações para me confortar sempre que precisei. um telefonema calmo mas apertado em que ela perguntou se podia dormir comigo quando voltasse, muitas conversas que ela falava de saudades. cada dia uma eternidade, mas mensagens e conversas curtas foram-me fazendo feliz. soube que ganhei um genro, soube que ela adorou o postal que deixámos para lhe entregarem durante a semana. na quinta feira telefonei para lá, mas seria apenas a minha mãe a falar. quando a chamaram, ela não quis vir, mas quando soube que era a avó, veio a correr! disse que estava a divertir-se, e que naquela altura estavam a fazer-lhe uma trança. na sexta feira era a noite de gala, recebemos um vídeo com ela linda, super feliz, não parava de saltar! telefonámos durante o jantar e ela estava super contente, sem nos dar muita conversa porque tinha fome e estava a haver o jantar.

sábado, dia de a ir buscar. despertador para as 7.30, acordei sozinha às 6.30. vou buscá-la!

quarta-feira, 20 de julho de 2016

overnight oats

o melhor disto é que, logo à partida, mentalmente, faz-me lembrar uma sobremesa maravilhosa e por isso, quando vou comer, consigo saciar não só a fome como a vontade de doces que, normalmente, me ataca pelas dezasseis horas.

estas foram feitas ontem à noite. fiz em dois frascos pequenos e tudo a olho. foi pela ordem:
. iogurte líquido (pouco e só porque estes flocos são grandes e por isso o iogurte não chega a baixo se só o colocar em cima)
. flocos de aveia
. sementes de chia
. iogurte líquido
. meia banana cortada
. mirtilos (num frasco) amoras (noutro frasco)
. canela
. iogurte líquido (o resto)

nos dois frascos gastei apenas uma banana e um iogurte líquido de tamanho individual. e tenho o lanche para os próximos dois dias pronto.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

pés que se foram

há muitos anos que sei de mulheres cujo pé aumenta com a gravidez.

logo após a D nascer, apercebi-me que precisava do número acima, às vezes, consoante modelo. achei também que, como os meus pés incharam muito e um deles parecia não ter ainda voltado ao normal, e portanto a necessidade do número acima ser mais relativa à largura do que cumprimento.

não tenho feito compras para mim, quando faço é o mais barato possível. ainda não estar com o corpo com o qual me sinto bem, o orçamento apertado, o desconhecimento face ao trabalho do A, assim o obrigam.

mas estava mesmo a precisar de calçado, apaixonei-me por umas sandálias e.. trouxe para casa o 39. eu estava no 37, consoante modelo até podia ser 36.

vim para casa sempre com a mesma questão: para onde foram os meus pés de princesa?

segunda-feira, 4 de julho de 2016

agenda mensal.. 2017!

já há vários anos que fiz um calendário, um mês por página, que imprimo e coloco na nossa cozinha. tem por base um calendário simples e anual (que eu não fiz), em que mudamos o ano e ele atualiza automaticamente. está feito em excel, com formulas, e eu acrescentei os aniversários de todos os amigos e celebrações que não quero esquecer.

gosto de começar a preparar a agenda do ano seguinte com tempo. mudar o layout, as cores, tamanhos. colocar imagens ou frases. acrescentar local para TO DO's, Compras, Ideias. ou simplifico e fica tudo light.

este ano comecei lá para fim de junho. abri o meu ficheiro, comecei a pensá-lo. dois mil e dezassete. e eis se não quando, apercebi-me que em dois mil e dezassete  a D entrará na pré-primária, o S no jardim de infância.

e eis que, fechei o ficheiro e não o consegui ainda abrir mais (esta última frase continua verdade quase a meio de agosto).

sexta-feira, 1 de julho de 2016

julho

 Carla Nazareth ilustrações

quarta-feira, 22 de junho de 2016

caracol?!

- mamã, MAMÃ.. hoje temos as duas totós, mas eu tenho um rabo de cavalo, e tu tens um caracol!

terça-feira, 21 de junho de 2016

"Estou aqui!"

finalmente ontem fui buscar as duas pulseiras "Estou Aqui" (programa PSP). já tinha feito o pedido e já tinha passado pela esquadra para levantar, mas como só consigo passar ao fim do dia, já não havia.

[já agora, sabiam que...
- nesta altura, as esquadras recebem diariamente pulseiras mas ao fim do dia já esgotaram?
- sábados e domingos não recebem,
- só quem pede as pulseiras pela NET as pode ir buscar, por isso mais vale fazerem o pedido por quem tem mais disponibilidade.]

ainda há muito desconhecimento sobre as pulseiras, mas é impressionante o espírito crítico e negativo da nossa cultura. quando me perguntam o que é, e explico para que serve, ouço logo:
- mas se levarem a criança por mal cortam logo a pulseira.

pois claro! mas apesar de infelizmente todos os dias serem raptadas crianças, também todos os dias muito mais crianças se perdem, nem que seja por uns instantes. eu preferia que não houvesse necessidade de alguém se ter lembrado das pulseiras, preferia viver noutro mundo.. mas sendo uma impossibilidade, prefiro ir buscar as pulseiras, achar giro os manos estarem com pulseira a fazer pandam, e sem pensar muito nisso!

domingo, 19 de junho de 2016

fazer coisas (muitas)

o poderoso poder que tem, dentro de mim, em dois dias, arrumar e limpar a casa, com o todo o chão incluído, fazer comida, brincar no parque, ler uma história diferente (com vozes e tudo), ir a um workshop de música, estender e apanhar várias máquinas de roupa, dar jantares e passar a ferro.. sempre acompanhada pelos Bichinhos e a ver pouco o marido.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

sobre número de filhos

"one is one, two is twenty"

tenho dito.

terça-feira, 14 de junho de 2016

dormidas cá de casa

dói-me a cabeça e já não consigo pensar bem. dói-me a cabeça e estou feliz por isso... é que dói-me a cabeça porque dormi (e o meu organismo já não está habituado a isso). se continuar a dormir, algures no tempo o organismo vai voltar a habituar-se.




acho que os Bichinhos se enganaram quando adormeceram pelas vinte e uma e trinta, e acordaram um pouco antes das seis e trinta.




e fiquei a pensar nos últimos tempos das noitadas..


algures no tempo, as coisas começaram a descontrolar-se. coloco a maioria das culpas no cansaço. a verdade é que comecei a não dormir logo no início da gravidez da D: não tinha posição e a criança ainda era um mini feijão, o peito doía-me muito e não me conseguia deitar com a barriga para baixo (sempre foi a minha posição preferida), as dores na ciática não me deixavam encontrar uma boa posição de lado, já lá vão bem mais de quarto anos. quando surgiu o S na minha barriga, a D ainda não dormia uma noite seguida. eu dizia que ela ia ensinar o irmão a comer, e que o irmão ia ensiná-la a dormir. aconteceu tanta coisa desde que o S nasceu.. o desemprego do A, proteger a D da enorme quantidade de vezes que um recém nascido acorda, ser o mais fácil para o descanso mas não me sentir minimamente calma com isso. e daí culpa. foi-se descontrolando, fui-me perdendo de mim. não me reconheço no meu cansaço.




estragámos o que a D fazia tão bem sozinha: adormecer. mas ela ao crescer, foi dormindo melhor a noite seguida (se outra mini pessoa não a acordasse). e o S foi-se juntando a isto. ambos a adormecerem mal e sem ser na cama, ambos a acordarem a meio da noite a quererem a nossa cama, o nosso cheiro e calor. no inverno sabe bem, mas não quando a culpa dorme junta connosco. não quando eles não adormecem na sua cama e o desespero começa a acordar quando cada noite chega.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

o sol na barriga

quando estão várias pessoas à minha volta a cumprimentarem-se apenas com um beijo numa das faces, sei perfeitamente que não estou no meu ambiente. na certeza de que não quero fugir, a minha vontade passa muito por querer aproximar-me dos pequenotes que por aqui salpicam e esconder-me ao entretê-los.

em apresentação do livro "a minha mãe tem o sol na barriga" e debate "um novo irmão- como gerir os ciúmes"

quarta-feira, 1 de junho de 2016

junho

Carla Nazareth ilustrações

sábado, 28 de maio de 2016

quarta-feira, 25 de maio de 2016

dormidas

já fez um mês que começámos a colocar em prática as dicas da Constaça.

hoje cheguei a casa com a tensão baixinha, fui à casa de banho e sentei-me quase deitada no sofá. depois lembro-me do meu telemóvel estar a vibrar e os miúdos estarem a jantar com o pai na cozinha.

levantei-me, lavei-lhes os dentes, e o A já estava perto da hora que tinha de sair para o trabalho. eram quase 21:30.

uma parte de mim pensou que este seria um adormecer difícil. sem banhocas, sem mãe à mesa, com trocas rápidas entre pais, sem o pai poder ficar para a nossa canção.

quando o S começou a dizer "não, naaaao" ao facto de estar deitado, soube que tinha razão, não fiz nada para o obrigar a estar deitado, mas ele ficou apesar de se demonstrar imparável. começou a perguntar por todas as pessoas da nossa família. de repente, virou-se, eu fechei os olhos para respirar fundo e porque tenho aproveitado estes momentos parados para falar com o Pai (de olhos abertos!) e de repente apercebo-me que estão ambos a dormir, só onze minutos depois de deitar, um dos dias mais rápidos até agora :)

sexta-feira, 13 de maio de 2016

conversar-me

digo a mim mesma: tens de dormir.

e tenho. mesmo com o adormecer a correr melhor, as noites voltaram a estar mais instáveis.

a febre deu-me uma quarta feira com cerca de vinte horas de sono, uma quinta feira com umas dez. isto juntando os muitos bocados, porque continuei a levantar-me três ou quatro vezes por noite, mais um despertador a tocar às sete. mas o descanso extra, mesmo no meio de febre, laringite, dores, frio e calor, faz o meu cérebro disparar em ideias e projectos.

mas.... shiiiiiiiiiiu. são vinte e duas e trinta e cinco: tens de dormir.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

a febre

neste momento, o grande problema de eu estar doente, não sou eu.

é estar cheia de medo que os miúdos apanhem algo de mim, é eles quererem brincar e eu sentir-me a enchuta-los, é a paciência para qualquer coisa ser inexistente.

domingo, 8 de maio de 2016

voltar a dormir (quase)

aos poucos volto a ter espaço mental. apenas e só, primeiro, por ter um quarto só nosso, depois porque vejo uma luz ao fundo, neste caminho de mais de quatro anos sem dormir uma noite completa. aos poucos, pareço voltar a dormir.

primeiros dias não durmo mais, mas o simples facto de ir-me deitar com a mente descansada sobre o dormir deles, faz-me sentir mais em paz comigo própria, mais com o sentimento de estar num caminho, sentir que é o caminho certo.

quero voltar a fazer tantas coisas no espaço e tempo que requeri para mim.

os dias passam e a energia desperta. ainda não durmo mais, ou não muito mais mas a tranquilidade mantém-se, fortalece. ainda fico acordada porque posso ler descansada, escrever descansada, estar na net descansada, a mente com ideias.

a tranquilidade que os Bichinhos emanam faz-me ganhar coragem e pela primeira vez, peço à minha mãe para que eles durmam na sua casa, os dois. tiro um dia de férias para parecer mais tempo, namoro, saio com amigos numa mariscada que não comia há muitos anos, regresso às tantas, deito-me ainda mais tarde, acordo muitas vezes, sonho com e sobre a má noite deles, acordo com muito calor, sonho sobre a minha mãe sair e levá-los com ela, sem os deitar. acordo com os gritos da vizinha, acordo com a má almofada que escolhi, volto a acordar com calor. e finalmente desperto, descansada e cheia de saudades por não os ter uma noite.

tranquilidade. o descanso a voltar, eu a regressar a mim.

domingo, 1 de maio de 2016

quarta-feira, 20 de abril de 2016

sexta-feira, 15 de abril de 2016

primeiro as rodas, depois o voo

tirei a carta de condução em 2005. depois, as primeiras vezes que conduzi foram más. tenho noção que preciso de mais apoio para certas coisas, como conduzir, do que outras pessoas (já mudar de emprego, fi-lo de forma consciente mas para alguns nem tanto, e correu bem). não sei explicar a razão das diferenças. até acredito nas minhas capacidades profissionais, mas pessoais parece que nem tanto.

durante muito tempo, peguei no carro numa média de uma vez por ano, talvez tenha havido um ano sem tocar. há pessoas com carta de condução, que não conduzem e parecem não ter qualquer sentimento em relação a isso, como comprar uma bimby e não se sentirem mal por não a usarem.

bom, tudo isto daria para muita conversa e hoje quero resumir: tive muitos pesadelos sobre condução durante todos esses anos, na sua maioria, eu a conduzir e a ter acidentes graves.

depois, por várias situações da minha vida, tinha pensamentos que me faziam acreditar que ia mudar: todos os dias, desde a primeira classe ao décimo segundo ano a andar duas horas de transportes públicos, muita chuva e calor, muitos quilómetros percorridos a cada greve da TST, muitos sacos carregados ao sábado, dia de compras, com a camioneta a abarrotar, muitos sítios que não fui porque, como os meus pais não tinham carro, não tinha quem me ir buscar. muitos anos a ir para campos de férias, sem pais no dia de visitas.. ainda há a minha dificuldade em pedir ajuda, e a minha vontade de ir a sítios que ainda não fui.

acima de tudo, a certeza de que os meus filhos não tinham culpa de ter uma mãe estúpida, por isso, algo teria de mudar.

começou a mudar enquanto tentávamos engravidar sem êxito, muito devagar. mas costumo dizer que a D me deu rodas: foi mesmo graças à minha filha que comecei as voltas consistentes.

mas as minhas voltas são ir a minha mãe todos os dias levar a criança (cerca de quinze quilómetros diários), ir ao Almada Fórum, e mais uma ou outra aqui muito nos arredores.

durante algum tempo, enquanto a mãe duma das minhas melhores amigas estava muito doente, achei que ia passar a Ponte 25 de Abril quando fosse o adeus, mas o A estava em casa quando aconteceu.

agora essa mesma amiga faz anos, convida-nos para bolo e o A está a trabalhar. quando ela falou melhor comigo e após eu pensar que poderia ir sozinha, automaticamente as mãos começaram a suar, muito.

a questão mantém-se: consigo?

sexta-feira, 1 de abril de 2016

abril

Carla Nazareth ilustrações

terça-feira, 29 de março de 2016

control freak

pensar que as coisas estão controladas. mas depois do domingo de páscoa, chegamos a casa, o pai foi trabalhar, e os Bichinhos não querem sesta. caiem estafados à hora do lanche. eu, após uma semana a faltar ao trabalho, com gripe, laringite, duas otites, sinusite (penso q pela primeira vez na vida), com a garganta em sangue de tanto tossir e com muitas dores nos rins e zona dos pulmões, caio com ela no sofá. o A telefona e acorda-me, cerca de 19:30! começo a pensar que no dia em que mudamos para o horário de verão, temos menos três horas para gozar. começo a fazer barulho a ver se eles acordam. prometi que depois da sesta podia haver um pouco de chocolate que ofereceram, e são 20:00 e é o que se faz, enquanto sai um arroz de grelos. Banho a ele, banho a ela, jantar quando já passa da hora de deitar, super acordados quando realmente é para dormir, e acabam ambos na minha cama, porque a D amanhã tem escola, eu trabalho, precisamos todos de descansar. mas o S está em altas e só brinca com a mana, não a deixa dormir. digo à D que vou tomar medicação para a tosse e que levo o mano, quando voltamos ela dorme profundamente. penso que amanhã corre melhor, tem de correr. depois ele mexe-se muito, acorda pelas 05:30 com a decisão de que não precisa dormir mais.

ao fim de mais um dia, felizmente com o pai de folga, jantamos só ligeiramente mais tarde que o desejável, ela adormece logo na sala e ele vai pelo mesmo caminho. mas, ao pensar se tenho tudo orientado, lembro que ainda não demos o medicamento à D, nem ao S, que não a pusemos a fazer xixi, nem mudámos a fralda dele. nisto ele desperta, vamos deita-la. volto para a sala com ele e vejo uns bocados da anatomia de Grey, começo a ouvir soluços, o pai também. aproveitar e pô-la a fazer xixi, ele demasiado desperto. ponho ambos na minha cama na esperança, brincadeira e o miúdo não acalma. e ali, quando achei que não aguentaria mais, ele vomita a cama, a almofada, os lençóis, o pijama dele, o meu. chamo o pai que limpa o quarto. eu dispo a ele e a mim, lavo-o, dispo o body, mudo-o todo, eu só com uma blusa, já vos disse que sou muito friorenta? acabo de vesti-lo enquanto explico à mana que ela vai poder voltar à minha cama, só foi para a dela enquanto o pai limpava. ajudo a acabar de fazer a cama, com o S num dos braços. entretanto estou com mais tosse, o A fica com eles e eu bebo leite com mel e passo no wc para mais um xixi.

finalmente entro na cama quente e penso: já está. e pelo menos o A estava cá, não foi como a vez em que foi muito parecido mas eu estava sozinha com ambos..

segunda-feira, 14 de março de 2016

ouvir pelas paredes

os meus vizinhos foram ter o S e eu hoje, passados 2 noites, desconfieibque já tinham voltado.

mas entrar no quarto dos meus Bichinhos, paredes meias com a sala dos vizinhos,  e ouvir, sem estar à espera, o choro de um recém nascido é uma coisa tão boa!

sábado, 12 de março de 2016

forever home

e quando nos apaixonamos por uma casa? daquela paixão que sabemos que pode ser amor, para sempre? a grande graça (de favor não merecido) que é ter uma casa que desejamos, logo à partida, que seja a nossa forever home.

quero ir vê-la, só por curiosidade, porque quero perceber melhor as ligações e dinâmica entre assoalhadas. ver melhor as distâncias e tamanhos e detalhes. porque quero ver aquela janela com os meus olhos, sem haver no meio o ecrã do telemóvel ou a lente do fotógrafo. só curiosidade de saber.

mas minto. olho para a janela e imagino-me a sair do quarto de manhã, com tempo, e deixar-me sentar nas escadas para a contemplar. quero ir, para começar já a pensar como é que ter um limoeiro no meio do quintal vai ser uma oportunidade e não um problema, para ver se o pó geral pode ser facilmente limpo com aquelas varas telescopicas ou se tenho mesmo de contratar alguém especialista. algures no tempo tenho mesmo de me tratar melhor, tratar de mim e mimar-me e não ir atrás da dor. não é curiosidade. aliás, é, mas vai muito além. é mesmo estar a apaixonar-me perigosamente. e saber que se a vou ver, apenas por curiosidade, vou voltar de coração partido, o que se irá manter por muito tempo.

terça-feira, 8 de março de 2016

sister and brother

ou mais uma forma de um quarto que dá para mana e mano pode ter identidade dos dois mundos, sem estes chocarem :)

vi estes dois tecidos numa lojinha perto do meu trabalho. foram transformados em duas fronhas.

terça-feira, 1 de março de 2016

março

Carla Nazareth ilustrações

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

domingo, 14 de fevereiro de 2016

janelas duplas

numa zona tão ventosa como a minha, questiono-me como é que os meus vizinhos (entre outras pessoas) que estão muito mais alto do que eu, passam o dia.

com as minhas janelas duplas com a exterior em vidro duplo, em todas as janelas à excepção da cozinha, o vento uiva que me transtorna. vivo no primeiro andar, tudo bem que equivale ao segundo, mas como estão os meus vizinhos do sétimo que equivale ao oitavo sem janelas duplas?

como estão os que têm casas inundadas, como estão os que vivem debaixo da ponte de SeteRios, que os vejo todos os dias quando passo de comboio.. entre tantos outros.

voltando às janelas duplas.. que dá um trabalhão a limpar, mas abençoadas sejam!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

fevereiro

Carla Nazareth ilustrações 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

destralhar 2015

quando me auto desafiei, em outubro 2015, a tentar passar uma semana no destralhe, apercebi-me de algo muito bom!


apesar de sentir que temos muitas coisas (especialmente fora do lugar), e que a desarrumação e a falta de tempo estão a fazer-me achar que a tralha chega ao tecto, 2015 estava a ser o ano de maior destralhe!


vejam:
contas feitas.. foi bastante coisa a sair, mas também tem entrado muita coisa! e ainda, para meu ânimo:
  • coloquei muita coisa de parte que não contabilizei (ficará na listagem 2016)
  • o A colocou muita coisa de parte que não foi contabilizada.
Anyway, o total de destralhanço anual foi:
  • 2016: 573!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

janeiro

Carla Nazareth ilustrações 

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