quarta-feira, 20 de abril de 2016

sexta-feira, 15 de abril de 2016

primeiro as rodas, depois o voo

tirei a carta de condução em 2005. depois, as primeiras vezes que conduzi foram más. tenho noção que preciso de mais apoio para certas coisas, como conduzir, do que outras pessoas (já mudar de emprego, fi-lo de forma consciente mas para alguns nem tanto, e correu bem). não sei explicar a razão das diferenças. até acredito nas minhas capacidades profissionais, mas pessoais parece que nem tanto.

durante muito tempo, peguei no carro numa média de uma vez por ano, talvez tenha havido um ano sem tocar. há pessoas com carta de condução, que não conduzem e parecem não ter qualquer sentimento em relação a isso, como comprar uma bimby e não se sentirem mal por não a usarem.

bom, tudo isto daria para muita conversa e hoje quero resumir: tive muitos pesadelos sobre condução durante todos esses anos, na sua maioria, eu a conduzir e a ter acidentes graves.

depois, por várias situações da minha vida, tinha pensamentos que me faziam acreditar que ia mudar: todos os dias, desde a primeira classe ao décimo segundo ano a andar duas horas de transportes públicos, muita chuva e calor, muitos quilómetros percorridos a cada greve da TST, muitos sacos carregados ao sábado, dia de compras, com a camioneta a abarrotar, muitos sítios que não fui porque, como os meus pais não tinham carro, não tinha quem me ir buscar. muitos anos a ir para campos de férias, sem pais no dia de visitas.. ainda há a minha dificuldade em pedir ajuda, e a minha vontade de ir a sítios que ainda não fui.

acima de tudo, a certeza de que os meus filhos não tinham culpa de ter uma mãe estúpida, por isso, algo teria de mudar.

começou a mudar enquanto tentávamos engravidar sem êxito, muito devagar. mas costumo dizer que a D me deu rodas: foi mesmo graças à minha filha que comecei as voltas consistentes.

mas as minhas voltas são ir a minha mãe todos os dias levar a criança (cerca de quinze quilómetros diários), ir ao Almada Fórum, e mais uma ou outra aqui muito nos arredores.

durante algum tempo, enquanto a mãe duma das minhas melhores amigas estava muito doente, achei que ia passar a Ponte 25 de Abril quando fosse o adeus, mas o A estava em casa quando aconteceu.

agora essa mesma amiga faz anos, convida-nos para bolo e o A está a trabalhar. quando ela falou melhor comigo e após eu pensar que poderia ir sozinha, automaticamente as mãos começaram a suar, muito.

a questão mantém-se: consigo?

sexta-feira, 1 de abril de 2016

abril

Carla Nazareth ilustrações

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