quarta-feira, 13 de setembro de 2017

eles ficam na escola, nós vimos embora e deixamos lá parte do coração arrancado

hoje foi uma daquelas noites e um daqueles dias.


nos últimos dias os miúdos não querem ficar na cama ao deitar. o S vem ter comigo devagarinho, como se quisesse a minha atenção mas ao mesmo tempo quisesse ser transparente - tapa a cara com um dos bonecos e fica imóvel à minha frente. a D vem a choramingar, como se só o choro a salvasse de eu me zangar.
volto a andar cansada e não tenho capacidade de os levar para o quarto, estar com eles, acalmá-los, deitada agora na cama da direita, depois na da esquerda. não consigo lidar com um deles a choramingar (aquele choramingar do som irritante), ou a falar mais alto. não consigo lidar com apenas querer uns minutos só para mim, o que não irá acontecer.


o S adormeceu no sofa, eu fui para a cozinha, um bom tempo depois, a D apareceu, acordadíssima. terminei o meu telefonema já na cama dela, combinei que depois iriamos ver em conjunto como é que o quarto deles poderá não ficar tão escuro, mas que agora poderia ir comigo para o meu quarto. fui buscar o S à sala e pu-lo na cama dele, passava das 23.00. acordou por volta das 3, com febre. depois do medicamento adormeceu na minha cama, entre mim e a irmã. acordou por volta das sete com febre, voltou a dormir, e eu também, apesar do despertador já ter tocado. acordei assustada uma hora depois, a tentar estar consciente dos meus actos e frustrações, consciente de estar desorientada e stressada pelo sono e por ser muito tarde. mas isso não me bloqueou o grito, ou de mandar a D parar de chorar - e o que eu detesto que se mande as crianças pararem de chorar.
abracei-a irritada e foi o abraço dela que me acalmou. fomos para a escola mais calmos.
quando lembrei a educadora que hoje era o ultimo dia da D no colégio, as lágrimas vieram sem avisar e a educadora abraçou-me (o que obviamente não ajudou ao meu controlo) e apesar dos últimos tempos o S já ficar melhor na escola (o pai a levar), hoje por ser eu a levá-los, ou por eu estar mal e ele absorver isso (apesar dele não me ter visto a chorar), ou pela febre baixa a pairar, ou pela noite mal dormida, tive de me vir embora, novamente, com a educadora a arrancar-mo do pescoço.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

D

este fim-semana foi a festa de aniversário da D.
como já passaram cinco anos? sei uma parte da resposta: passaram comigo em modo zombie! de quem não dorme e por isso fica o dia todo a mexer-se, a saltitar (esta é difícil quando só se trabalha ao computador, mas é possível!), a comer sem parar, isto para não adormecer durante o dia.
há cerca de ano e meio, talvez dois, da vida dos meus filhos que eu vejo tudo enuvoado.. que me questiono se fiz bem as contas.
voltando à festa, as coisas do costume: os miúdos é que interessam, ver a felicidade da D ao reparar nos promenores da mesa, a ver a quantidade de meninos que vieram só para ela, etc. compensa tudo.
depois, houve a família pouco presente e houve amigos a fazer muito mais do que a obrigação. ainda me lembro de fazer quase tudo sozinha, ainda não estou habituada, afinal, a verdade é que desde miúda que nunca senti a minha família realmente lá para mim.

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